segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma breve historia de Lily Moonflower – II – Nuvens Negras

    Em um belo dia de tempestade, o negro do pensamento cobria meus olhos. Eu caminhava em meio a chuva, divagando sobre o existir e ouvindo a melodia do vento mas, quase sem perceber, meus olhos foram banhados por uma luz reveladora e meu coração foi banhado por uma duvida cruel. Estava de baixo de uma árvore, era algo que nunca tivera visto ou imaginado. Tão pequeno, tão simples, tão belo e sua pele lívida lembrava a pureza de um anjo no qual fazia contraste com o ambiente.   
    Naquele momento, naquele exato momento duas coisas aconteceram: a chuva parou e minha vida mudou...
    Pensei em me aproximar, pois uma pergunta enroscava-se em minha garganta: “Quem és tu? Quem tu és?”. Esse par de frases repetiam-se dentro de mim como se fossem um casal dançando uma valsa, em um vai-e-vem apaixonado. Fitava-o diretamente, parecia-me um mistério indecifrável.
    Me virei e fui embora sem deixar de pensar no acontecido. Por que não fui até lá? –Perguntava-me – talvez deixei o destino me guiar ou talvez deixei o medo me levar. Sim, ia embora lentamente apreciando as nuvens negras sem saber que tivera me apaixonado por uma flor.
    Para muito esse fato pode significar nada ou o começo de tudo. Para mim é apenas o fim de um começo.

Um comentário:

  1. É possível sentir o que você transpõe. Incrível a sensação de ler esse trecho... É como se eu estivesse lá.

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